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, Técnico da Seleção Brasileira, em entrevista coletiva, antes da grande final da Copa das Confederações, diante da Espanha, no Maracanã


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Injúria, talvez, racismo, não!

Por RODRIGO BARROS OLIVEIRA

Após mais um episódio de preconceito no meio esportivo, o caso da acusação feita por Elicarlos contra Maxi Lopes, vejo se repetirem os equívocos cometidos pelos veículos de informação na abordagem do assunto.  

Novamente a imprensa veicula a informação de maneira errada, sem esclarecer de maneira técnica o assunto.

O crime cometido pelo jogador argentino, caso a alegação do jogador Elicarlos se confirme verdadeira, não é crime de racismo.

A conduta praticada pelo atacante Maxi Lopes configura sim crime de injúria qualificada, previsto no Código Penal.

O atleta ofendeu a dignidade do outro e de maneira alguma tal prática configura o crime de racismo.

Os crimes de racismo, previstos na Lei 7.716/89, são condutas muito diversas da praticada pelo jogador argentino.

Racismo é dar tratamento diverso a alguém em função de sua raça, cor, etnia, ou nacionalidade, em situações em que estes devam ser tratados igualmente aos outros.

O fato de o jogador brasileiro ter acusado erradamente o argentino não deveria ser seguido pela imprensa, que deveria sim informar corretamente, dizendo que NÃO SE TRATA DE RACISMO.

Logo, procedeu corretamente a delegada em não deter o argentino, já que a lei não prevê tal hipótese.

Além do mais ninguém deve ser preso, a princípio, antes de ser condenado.

Seria um absurdo deter o argentino com base na simples alegação de Elicarlos.

Se no "Caso Grafite" houve detenção, foi um ato arbitrário e, aí sim, RACISTA, por dar tratamento diverso do estipulado em lei pelo fato da sua nacionalidade argentina.

Resta a imprensa passar a cobrir tais fatos elucidando a verdade e esclarecendo a todos de maneira a evitar esses desatinos e depoimentos lamentáveis, de pessoas totalmente leigas sobre o assunto.

Tem-se observado é que, nós, brasileiros, somos muito mais racistas com eles, os argentinos, nesses episódios, do que os comportamentos a eles atribuídos, muito embora sejam censuráveis.

Porque temos tratado esses casos com tremenda desproporção lhes atribuindo falsos crimes, além de tratamentos severos na condução dos agentes às delegacias coercitivamente após as partidas, algo que é indevido nos casos de ação penal privada como os crimes de injúria.

*Texto publicado originalmente no Blog do Juca

10 comentários:

  1. Fala PP um caso lamentavel, apesar de que isso não é novidade aqui, porque o Brasil é o pais com raizes negras e ainda lutamos contra o preconceito. E dificilmente isso mudara.

    Abraços

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  2. infelizmente, não há nada de novo, carlos! abs, pp

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  3. Muito bom o post, esclarece muito sobre esse assunto.

    Abraços

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  4. Até que enfim uma opinião isenta, seria e não précondenativa do Blog.
    Falou tudo e mais um pouco o texto, parabens ao Rodrigo. abraço.
    Saudações do Gremista Fanático

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  5. Fico muito triste de, em pleno seculo XXI, ainda vermos atitudes que além de desumanas, são de mentalidade atrasada à uns cinco séculos atrás...

    Abs, PP!

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  6. "Racismo é dar tratamento diverso a alguém em função de sua raça, cor..." e não foi isso que o Maxi TERIA feito, tratando seu colega de profissão como um animal???


    Coloquem-se no lugar do jogador e talvez possam sentir a humilhação.

    Uma questão interessante, difícil separar joio do trigo nesse caso.

    Acho ainda que se for qualificado como injúria, é pouco.

    O desprezo pela cor da pele, motivando a comparação e qualificação de um ser humano como um animal irracional não pode ser só uma injúria, sei lá, mas acho que a injúria seria muito mais leve que a acusação de racismo e deste modo seria vantajosa ao agressor.

    De qualquer modo, temos primeiro que saber se houve ou não a agressão, para depois analisá-la e poder aquilatar corretamente.


    Mas uma coisa é certa, nem a própria ofensa trará tantos dissabores ao Elicarlos quanto a repercussão deste fato. Ele com certeza vai se arrepender de ter feito a denúncia.

    Em princípio, apoio a atitude de Elicarlos, mas temos que também levar em conta que durante o jogo os ânimos estão alterados, talvez um pedido de desculpas, se tivesse havido pudesse encerrar o caso, sem mais repercussões.

    Abração PP

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