Primeiro ministro de Angola garante segurança para a CAN
MÔNICA FORMIGONI
Do Mídia sem Média
No dia 4 de dezembro, horas antes do sorteio dos grupos para o Mundial, os políticos africanos estavam preocupados com a imagem do país no quesito segurança. Para isso, aumentaram o contingente de policiais nos aeroportos, estradas e locais onde os turistas e a imprensa internacional poderia passar.
Na época, o porta-voz da polícia sul-africana, Sally de Beer, declarou que a polícia, o exército e os serviços de inteligência estavam prontos para qualquer eventualidade, em terra, ar e mar, para garantir a segurança da cerimônia.
Além disso, para o sorteio na Cidade do Cabo, que fica à beira mar, e que receberia cerca de 100 mil pessoas, as forças de segurança receberam treinamento especial e o espaço aéreo foi reforçado.
Nathi Mthethwa, ministro da Polícia da África, havia declarado que o país era maravilhoso e que não deixaria algumas pessoas mancharem a imagem da África e que cerca de US$177 milhões foram investidos no setor de segurança.
Na última semana, quando as seleções africanas se movimentavam pelo continente para a Copa Africana das Nações (CAN), o ônibus da delegação de Toga foi metralhado pelo grupo separatista FLEC – Frente de Liberação de Cabinda, matando três pessoas.
Os jogadores togoleses abandonaram o torneio por ordem de seus políticos, e com o apoio dos grandes times europeus: Barcelona, Real Madrid, Arsenal, Manchester City e Chelsea, que liberaram alguns de seus craques para representarem a seleção de Togo.
Para a Copa do Mundo não será diferente. A segurança disponível na CAN não terá muito tempo para se aprimorar e impedir atentados como o do dia 8.
Além dos turistas, os maiores patrimônios dos clubes que são os jogadores, ficarão à mercê da segurança precária e ineficaz dos africanos.
Os organizadores da CAN já declararam que não irão interromper o campeonato devido ao atentado. O motivo, se não for por falta de compaixão, podemos classificar como puro interesse financeiro, o qual ultrapassa todo e qualquer limite do respeito humano.
O fato chocou os jogadores de outras seleções, mas, até agora, nenhuma outra seleção africana abandonou o torneio. Apenas os dirigentes da Costa do Marfim pediram maior segurança para permanecerem na competição.
"A delegação da Costa do Marfim ficou chocada com o ocorrido. Não pensamos em deixar a competição, mas a organização precisa garantir a segurança do torneio. Não viemos aqui para jogar um jogo da morte, mas sim futebol”, declarou Kaba Kone, gerente de futebol da Costa do Marfim.
Após o atentado terrorista, o primeiro ministro de Angola, Paulo Kassoma, se reuniu com o presidente da Confederação Africana de Futebol, Issa Hayatou, para lamentar o incidente, que ele diz ser fato isolado, demonstrar compaixão aos mortos e feridos e declarar a garantia de segurança para todas as delegações.
“Nossos policiais responderam imediatamente e combateram os terroristas. Esse incidente não nega a capacidade das forças de defesa de Angola. Reafirmo minha confiança neles. O governo de Angola oferece toda sua compaixão e dá apoio moral à delegação togolesa. A melhor estrutura médica está sendo oferecida aos feridos.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário sobre os textos do Blog do Persio Presotto