PERSIO PRESOTTO
Queridos e queridas deste Le Poète en Fleur, dia 11 de junho, como todos sabem, será dado o pontapé inicial para mais uma edição da Copa do Mundo.
A África do Sul, de Nelson Mandela, será o grande e inesquecível palco para os jogos que atrairão nossa atenção durante um mês inteiro.
Mas, antes de nos preocupar com o que acontecerá com a Seleção Brasileira, hoje comandada pelo técnico Dunga, que tal fazermos uma rápida visita ao túnel do tempo, para recordarmos alguns dos muitos momentos de glória?
1930- Das 13 seleções que disputaram a primeira Copa do Mundo no Uruguai, 7 eram da América do Sul. Não à toa, a final foi entre Uruguai e Argentina. E os anfitriões ergueram a taça, após uma goleada de 4 a 2, no Centenário de Montevidéu.
1934- A segunda edição da competição organizada pela Fifa foi sediada pela Itália, de Benito Mussolini, um ditador que via no mundial a grande chance de divulgar o fascismo. Para isso, ele 'trabalhou' nos bastidores, contratando árbitros, por exemplo, que ajudassem na inédita conquista da Azzurra.
1938- A França assistiu ao Bicampeonato italiano. Mas, antes disso, ficou encantada com a habilidade de Leônidas da Silva, atacante que brilhou no São Paulo, marcou um consagrado 'gol de pé descalço' na vitória de 6 a 5 diante da Polônia e foi o artilheiro com 8 gols.
1950- O Brasil, com Ademir de Menezes e Zizinho, se apresentou ao mundo. O Maracanã, estádio que foi construído para a Copa, abrigou a grande final em que a Seleção Brasileira, com uniforme branco, foi derrotada pelo Uruguai, de Obdúlio Varela, e de virada: 2 a 1. O goleiro Barbosa, do Vasco da Gama, foi eleito como o grande culpado pelo "Maracanazzo". Anos mais tarde, houve quem dissesse que na grande área em que Barbosa sofreu os dois gols, foi encontrada a caveira de um burro.
1954- Na Suíça, o Brasil deixou o futebol de lado e atuou como numa batalha campal frente à Hungria, com direito a socos e pontapés. Já a Alemanha, de Fritz Walter, que não contava necessariamente com uma equipe de craques, superou a favorita Hungria, por 3 a 2, e de virada. O time liderado por Ferenc Puskas havia derrotado o alemão por 8 a 3 na primeira fase. Por essas e outras, a vitória germânica na final ficou conhecida como o "Milagre de Berna".
1958- Na Suécia, Paulo Machado de Carvalho, chefe da Delegação Brasileira, liderou a campanha em que o escrete canário, jogando de azul, ergueu a taça pela primeira vez. Pelé, com 17 anos de idade, foi a grande atração. Quanto ao Anjo das pernas tortas, Mané Garrincha, foi convocado por Vicente Feola graças à desistência de Julinho Botelho, que defendia o Milan, da Itália, e dizia que seria uma traição à Pátria disputar a Copa pelo Brasil, vivendo em outro país. O artilheiro do mundial foi o francês Fontaine, com 13 gols.
1962- No Chile, com Pelé machucado, Garrincha foi quem garantiu o Bicampeonato ao Brasil. Na semifinal, diante dos anfitriões, o escrete canário venceu por 4 a 2, com 2 gols do Anjo das pernas tortas, que foi expulso de campo e vítima de uma pedrada na cabeça, para o desespero da mulher, a cantora Elza Soares, que assistiu à cena das arquibancadas. Para a final, Garrincha conseguiu um efeito suspensivo, meio que vindo do céu, e ajudou os comandados de Aymoré Moreira a erguer o caneco.
1966- Na Inglaterra, os 'inventores do Futebol' comemoraram o título mais polêmico da história. Tudo porquê, na final, contra a Alemanha, após um empate no período regulamentar, de 2 a 2, a decisão teve de ir para a prorrogação. E, logo aos 4 minutos, Hurst marcou um gol que não foi gol. Confuso? Pois é... A bola bateu na trave e ficou um metro longe da linha fatal. Mas o árbitro suíço, Gottfried Dienst, validou o lance e garantiu a taça ao English Team.
1970- Com o chamado futebol arte, a Seleção Brasileira conquistou, no México, o Tricampeonato mundial, tendo um Pelé muito mais maduro e decisivo. No banco de reservas, Mário jorge Lobo Zagallo, Bicampeão como jogador em 58 e 62, era o treinador. E Carlos Alberto Parreira, que, anos mais tarde assumiria o cargo, atuava como auxiliar. Com o Tricampeonato, a Seleção Brasileira, capitaneada por Carlos Alberto Torres, ficou, em definitivo, com a Taça Jules Rimet, que, anos mais tarde, foi roubada na sede da CBF e derretida pelos ladrões.
No próximo domingo, dia 6 de junho, publico a segunda parte deste histórico futebolístico!
Grande abraço a todos!
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