A Frase

" O resultado fica para a história, o jogo bonito passa "

FELIPÃO
, Técnico da Seleção Brasileira, em entrevista coletiva, antes da grande final da Copa das Confederações, diante da Espanha, no Maracanã


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Na Mira do Inimigo

Por CLARA ALBUQUERQUE

Na Mira do Inimigo
Direção: Florent Emilio Siri
Ano: 2007
País: França
Gênero: Drama, Guerra
Título Original: L'Ennemi Intime

Copa Libertadores da América é a maior competição de clubes do nosso continente. Quem levanta a taça do torneio, carimba o passaporte para o Mundial Interclubes, título máximo que uma equipe pode conseguir. Agora, me respondam, torcedores apaixonados, fanáticos e irracionais que vocês são, por que diabos alguém vai torcer para aquele odiado time rival ganhar essa moral toda? Que me perdoem os politicamente corretos, (alias, desde quando a paixão por um time tem que ser politicamente correta?), mas não tem essa de que timinho tal é o Brasil na Libertadores coisa nenhuma. Nem amarrada vou cogitar, quem sabe, talvez, um dia, comemorar um gol do inimigo. Aliás, em último caso, se um gol inimigo tiver influencia positiva direta no meu time, como evitar um amargo rebaixamento, agradeço, mas não comemoro. E tenho certeza que não estou sozinha.

Numa enquete rápida com alguns torcedores perguntei quem defende a idéia de que o rival possa se transformar em Brasil numa situação dessas (ou em qualquer uma, na verdade). Recebi respostas indignadas pela questão! “Torcer pro Vitória? Só se for pra ele perder”, me respondeu um tricolor. Já um rubro negro participante da pesquisa me disse que se fosse o rival dele no lugar do Cruzeiro na final da Libertadores, seria melhor dizer "o Bahia é a Argentina na libertadores"! Outro me falou quase eufórico: “claaaaaro que não, secar é quase tão bom quanto torcer pelo próprio time”. Minha mãe, nem me respondeu. Olhou pra mim com aquela cara de quem acabou de ouvir uma atrocidade e disse: “aquele time ridículo?”. Só meu pai mesmo, um ser iluminado, que consegue torcer até pra gol da Argentina na Copa do Mundo, pra não secar e ainda ficar feliz com a vitória do rival.

Mas tudo bem, como o Cruzeiro não é meu arqui rival, e que fique bem claro que é apenas por isso, dá pra torcer discretamente por ele. E acho que a torcida será recompensada, pois essa taça da Libertadores está com cara que vai ser pintada de azul com estrelas brancas. O primeiro jogo na final não foi assim um espetáculo de partida, mas no segundo tempo o Cruzeiro conseguiu mostrar um pouco do seu time bem organizado (vamos combinar que não é nenhum Barcelona, mas está valendo). Para a vitória na próxima quarta feira contra o Estudiantes, duas coisas serão imprescindíveis. A primeira delas foi o que segurou o Cruzeiro nos momentos de perigo do time argentino: uma atuação impecável do goleiro Fábio. A segunda, que faltou no primeiro jogo, capricho na finalização. Os ataques do Cruzeiro esbarravam em passes errados e Kleber perdeu um gol daqueles que até eu (notória perna de pau), tenho a ousadia de dizer que faria. No fim das contas, não tem nenhuma novidade nessa receita. Pessoalmente, espero que os torcedores do Atlético –MG não sequem demais a receita do Cruzeiro.

Coluna também publicada no jornal O Correio, da Bahia, no último domingo

2 comentários:

  1. Ótimo texto Clara, você tem razão,torci muito para a derrota do São Caetano quando ele foi para a final da Libertadores.

    abraços

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  2. Que maldade, Uelton! Torcer contra o Azulão... Abs, pp

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